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Botafogo 3 x 2 Atlético-GO: Três gols, três pontos

Da última vez que o Botafogo fez três gols ganhou com autoridade no Engenhão, contra o São Paulo, o Marcelo Mattos estava em campo. Foi naquele jogo que se contundiu e iniciamos nossa sequência de empates.

Nessa quarta-feira, de novo Marcelo Mattos estava em campo no Engenhão. E foi o melhor jogador alvinegro contra o Atlético-GO. Além de fazer a cobertura de forma impecável, ainda surpreendeu a todos ao destravar a partida no finzinho da primeiro tempo: foi dele, após boa jogada de Jobson, o passe perfeito para a chegada de Caio, que cabeceou com estilo e abriu o marcador.

Um gol importantíssimo. Para o Botafogo, para o Caio, e para o Caio do Botafogo. Explico: para o time, porque foi num momento difícil, em que o Atlético-GO, bem armado pelo Renê Simões, tinha encaixado a marcação e subia com mais perigo do que os nossos atacantes. Para o Caio, porque um atacante sem gols num Brasileirão é mancha no currículo. E, finalmente, para o Caio do Botafogo, porque naquele lance ele mostrou toda a velocidade, oportunismo e rapidez de raciocínio que o fizeram ser um jogador fundamental na conquista do Carioca – quem tem dúvidas, basta dar uma olhada no DVD oficial. Melhor: gol em casa, diante da torcida, que tantas vezes (muitas delas com razão, outras nem tanto) o vaiou em outras partidas.

Para o Caio, foi um gol de lavar a alma. Para o Botafogo, um gol de alívio. E, mais uma vez, brilhou a estrela do Joel – que apostou tudo na entrada do atacante como ala (!!!) e, mesmo confuso na função, voltou a ser goleador na hora crucial.

Na segunda etapa, outro gol valioso. Para Jobson, para o Botafogo e para o Jobson do Botafogo. Pelos mesmos motivos descritos acima em relação ao Caio: momento importante da partida para estabelecer vantagem, momento importante de Jobson no Botafogo depois de uma fase de desconfiança por seu comportamento fora de campo, momento importante de comunhão com a torcida no Engenhão.

E o terceiro gol acabou se mostrando tão importante quanto os dois primeiros. Não só por ter nascido numa cobrança de pênalti (cavado com inteligência pelo Lucio Flavio), mas pela reafirmação da liderança do Loco Abreu após o chute certeiro – reparem que, na comemoração, ele faz questão de unir titulares e reservas no mesmo abraço. Além de fazer todos se abraçarem, ele beija a cabeça do Mattos e, com carinho paternal, passa a mão na cabeça do Jobson.

Pequenos gestos de um grande ídolo.

E foi graças a esse terceiro gol que o Botafogo pôde se dar ao luxo de correr riscos. Inexplicavelmente abdicou do meio de campo nos 15 minutos finais e deixou o Atlético-GO atacar à vontade, pois, com a saída de Somália e os vacilos de Leandro Guerreiro (reparem a sequência do primeiro gol dos goianos), o jogo ficou subitamente perigoso e eles fizeram dois gols em menos de 20 minutos. Dessa vez, as entradas de Edno e Cajá não surtiram efeito e, por sorte, o cronômetro nos ajudou, acelerando os ponteiros logo após o belo gol do Robston (aquele mesmo que não jogou nada em sua passagem relâmpago por GS em 2008).

Fim de partida e a certeza que, se não for na base da técnica, pelo menos não faltará empenho nem motivação nessa reta final do Brasileirão.

Que, convenhamos, é um desfecho bem mais agradável do que o do ano que passou. Conseguiremos alcançar os líderes? Sinceramente, não sei. Os próximos dois jogos serão dificílimos – Avaí e Ceará, ambos fora de casa. Mas acho que, pela estrela do Joel, pela lucidez do Loco, pela categoria do Marcelo Mattos e pelo empenho dos outros, podemos permanecer na briga até o fim.

E, nas últimas 3 partidas, tivemos três lampejos que decidiram a partida: Marcelo Cordeiro, Edno e Caio. Quem sabe no próximo domingo é a vez do Antonio Carlos, do Somália, do Alessandro ou do Lúcio Flávio?

Agora, meus amigos, tudo pode acontecer.

Até ganhar com gol do Fahel.

Botafogo 1 x 1 Guarani: Antes, durante e depois

Domingo, pouco depois de 18h, oeste inferior do Engenhão:

* O placar eletrônico, com letras vermelhas em fundo preto (que mau gosto), anuncia: “Sejam bem-vindos ao Stadium Rio”.

* De repente, entra uma excursão de estrangeiros, com guias e tudo. Uns 50 jovens gringos ocupam quatro fileiras, recebem orientações de como torcer pelo Botafogo. No casaco de um deles, a dica da procedência: Seattle United. Têm até bandeirão. Parecem felizes enquanto se entopem de salgadinhos e Biscoitos Globo.

* Trio de arbitragem em campo. A calva do juizinho brilha igual ao do Triguinho. Mau presságio.

* Biriba e Biruta. Qual dos dois é o mais sem-graça?

* O gramado já está bem melhor do que na semana passada.

* Torcedores ao meu redor: 80% com a camisa alvinegra tradicional, a maioria comprada nos últimos anos (Liquigás, Kappa) ou nos últimos meses (somente Fila). Muitos têm camisa personalizadas. Vejo um com o nome de Maicosuel nas costas, já com o número 7. Outro misturou o sobrenome com o de um dos maiores ídolos atuais: ficou Loco Vilhena. Muitas famílias, muita gente mais velha. E também muitos sotaques – dá pra perceber que há torcedores de outros estados, não apenas cariocas.

Domingo, 18h30

* Começa o jogo. E o telão ainda está apresentando a escalação do Guarani.

* A torcida incentiva e aplaude tentativas infrutíferas de Somália, Herrera, Fábio Ferreira e até bola isolada pelo Fahel. Alessandro, sempre com muita vontade e sempre limitado, é assim incentivado: “Vai, cabeção!”

* Joel fica em pé, no limite da área reservada aos treinadores. Muitas vezes, dá um passo para fora do seu limite e lá fica observando. Anota muita coisa na prancheta. Para um torcedor do meu lado, anota até demais:

– Joel, larga a prancheta e olha o jogo, Joel!

* Caio começa a perder divididas. E começa a cair. Muitos, com menos de 20 minutos, já perderam a paciência e gritam – o tempo inteiro – contra o centroavante.

–  Caio, você tá parecendo uma p*ta! Só trabalha deitado!

– Vai cair de novo, né, filho da p*ta! Vai se f*!

De longe, é o jogador mais hostilizado pela torcida. Quando, enfim, faz uma boa jogada e rola a bola para Herrera, que perde o gol, ninguém reclama do argentino. Alguns passam todos os minutos gritando contra o Caio. E, quando ele é derrubado fora da área após driblar o oponente, não é perdoado:

– Por que não caiu dentro da área, filho da p*ta! Nem pênalti você consegue arrumar!

Aí Caio é desarmado, perde bola no ataque e, no contra-ataque rápido e mortal, o Guarani abre o marcador. Os gritos contra o centroavante se multiplicam, divididos também com os xingamentos a Joel:

– Joel, ensina pra esse fdp que futebol se joga em pé, Joel! Tira esse merda e põe o Jobson, Joel!

O time passa a ser vaiado ao ter o domínio da bola. Alguém grita-desabafa:

– Meu Deus, como é triste ver o meu Botafogo perder pra um time desses…

Joel olha para trás e encara a torcida. Por quase um minuto, esquece do jogo e fica olhando os torcedores. As vaias aumentam e ele segue encarando os torcedores.

As vaias agora são bem mais fortes. Lucio Flavio passa a ser o alvo mais visado. Ele se esconde ainda mais do jogo, deixa Somália assumir a responsabilidade de tentar alguma coisa. O camisa 10 deixa as cobranças de falta para Marcelo Cordeiro. Agora só se encarrega dos escanteios. No último lance do primeiro tempo, bate na cabeça de Danny Moraes e vem o empate. O time sai do campo sob muitas vaias.

Intervalo

* O Pereirinha se levanta e volta com uma boa notícia: o banheiro está razoavelmente limpo. O feminino também, me assegura a Madame Pereira.

* Torcedores participam da promoção “Sou Craque” no meio do gramado. Um deles, de cabeça branca, mostra domínio de bola e sai comemorando. Ganha aplausos e um grito: “Entra no lugar do Alessandro!”. Seriam as últimas risadas do dia.

* Jefferson volta antes dos colegas e faz aquecimento em separado. Reflexos em dia.

Segundo tempo

* Primeira alteração alvinegra. Torcida comemora: “É Jobson, é Jobson!”. O atacante faz duas boas jogadas, depois duas finalizações bisonhas.  Praticamente não é acionado.

* O time não consegue articular nenhuma jogada. A impaciência da torcida aumenta. Novo grito:

– Bota o Edno, Joel!!

* O Guarani começa um festival de cai-cai. E o juiz faz tudo errado: inverte faltas, deixa de marcar pênalti, ignora vantagens, apita na hora de silenciar. Leva à loucura torcedores e jogadores – é o único ponto de união entre nós, do lado de fora, e eles, do lado de dentro.

* Edno vai para o jogo. Lúcio Flávio evita cruzar o campo para cumprimentá-lo. Sai de fininho, por trás do gol. Alguns percebem a manobra e conseguem vaiá-lo.

* Somália, agora cansado, também não consegue mais acertar passes. O time desmonta de vez e passa a tentar chutões. Cada vez mais de longe, como alerta um torcedor desesperado, bem atrás de mim:

– Olhaí, o Jefferson vai fazer a principal jogada ensaiada do Botafogo! Atenção, atenção!

O goleiro, visivelmente impaciente, pega a bola e dá um chutão para o ataque. Logo a bola está novamente sob posse do Guarani. O torcedor conclui:

– Não falei?! Taí a jogada mais perigosa do Botafogo!

* O Botafogo tem, nesse momento, um ataque formado por Jobson-Caio-Herrera -Edno. Os dois primeiros deveriam cair pelas pontas, o argentino ficaria no meio e o jogador de rúgbi viria um pouco mais de trás. Eles não conseguem se entrosar em nenhum instante. Um passe errado de Herrera mata uma tabela que poderia render um ótimo ataque; é o resumo do desentrosamento.

* Caio dá lugar a Renato Cajá. Toma muitas vaias ao passar em frente às arquibancadas e segue direto para o banco. Cajá logo passa a ocupar o lugar de Lúcio Flávio – não produz rigorosamente nada.

* Últimos minutos. Nada há de tática nem de técnica. Marcelo Cordeiro consegue acertar um cruzamento mas o bandeirinha vê impedimento. Na única vez que o juiz dá vantagem, Jobson erra o cabeceio que garantiria os três pontos – injustos, diga-se de passagem. O comentarista da CBN, Álvaro Oliveira Filho, resume o que foi o jogo: “Nenhum dos dois times merecia ter marcado ponto – devia ter sido zero pra os dois lados”.

Fim de jogo

Muitas vaias. Quase todos os jogadores correm para o vestiário. Alessandro é exceção. Prolonga ao máximo a sessão de entrevista, fica quase 10 minutos do lado de fora, atendendo à imprensa.

* Saio do estádio, tão bonito e majestoso de noite quanto de dia. Passo pelas estátuas de Nilton Santos e Garrincha.

 

Fico aliviado quando percebo que eles estão voltados para fora e não puderam observar o que se passou lá dentro.

Na saída, vou escutando as reclamações de outros alvinegros.

– Ficaram duas semanas na Granja Comary treinando pra fazer esse papelão? O que é que o Joel treinou lá?

Concordo com eles. O mais assustador, no momento, não é a limitação técnica – pois essa já é conhecida desde o início do Carioca. Mas impressiona a falta de opções táticas.

Ligo o rádio e ouço Joel dizendo que colocou quatro atacantes no segundo tempo e que ainda assim a torcida reclamou. “Só se botasse o presidente também no ataque”. Ele também, discretamente, ironiza a torcida: “Toda torcida tem suas características, mas a do Botafogo é mais… apaixonada que as outras. Sei disso desde 1997, quando passei por aqui pela primeira vez”.

Não gosto desse tom utilizado pelo treinador. Não gosto de outras coisas que ele disse antes e depois do jogo. E, principalmente, não gostei do olhar que ele mandou para nós, que pagamos ingressos, porque estávamos vaiando a péssima apresentação do time que ele é pago – e muito bem! – para comandar e, no mínimo, apresentar um futebol digno da camisa que estava em campo.

Eis o tema do próximo post – e, prometo, será bem mais curto do que esse relato…

Fotos: FogoEterno

Caia na real, Joel

Caio é o melhor finalizador que apareceu no Botafogo desde o Dodô pré-doping de 2007.

Duvida? Então vamos lá: André Lima, Wellington Paulista, Fábio Fabuloso, Tony, Jean Coral, Jean Carioca, Alexandro, Vanderlei, Escalada, Zárate, Victor Simões, Reinaldo, André Lima novamente, Jobson, Loco Abreu, Herrera, Edno. Esqueci alguém?

Caio finaliza com mais eficiência do que todos eles. Em nove entre dez partidas, provoca a jogada do gol ou arranca uma expulsão do adversário. Isso tendo 45 minutos, às vezes apenas meia-hora para jogar.

Então, se o futebol é feito de bola na rede, que se inverta a equação. É Caio e mais dez. É o time que deve ser armado a partir dessa constatação, e não o contrário.

Enquanto Joel não entender isso, passaremos sufoco e raiva sem necessidade.

Porque, dessa vez, temos qualidade disponível no ataque. Basta enxergar e não ser teimoso.

Que o nosso treinador tente, o mais rápido possível, um esquema com três atacantes – Caio, Loco Abreu e Herrera. Ou, por conta da iminência da Copa e a ausência do uruguayo, que joguem Caio, Herrera e Edno. Não falta tempo para treinar: sem jogos no meio da semana, o Botafogo tem a semana inteira de preparação.

Mas não dá é para ver o Caio no banco. Trata-se de um desperdício de talento. E, pelo andar da carruagem, de preciosos pontos no Brasileirão.

Ou alguém acha que, contra o São Paulo no Morumbi, o Caio será titular? Corre o risco de nem entrar em campo.

V. Redonda 0 x 1 Botafogo: Cai(o) na real, Joel!

Parece difícil e alguns comentaristas problematizam pra caramba, mas a essência do futebol é a simplicidade.

Se Caio tem sido o finalizador mais eficiente do Botafogo desde os tempos do Dodô no auge da forma, então ele tem que ser titular.

Simples, assim.

Quem vai sair? Lúcio Flávio, Herrera, Loco, Sandro Silva, Fahel, Antonio Carlos? Sinceramente, não sei. Vai do gosto do freguês.

Mas só há uma certeza, que se consolida a cada rodada. Com Caio em campo, o Botafogo tem maior facilidade para chegar na área adversária com perigo. Isso porque o time ganha opções ofensivas e volume de jogo.  E é muito mais fácil balançar as redes pelo chão do que pelo alto – até por que o futebol é jogado preferencialmente com os pés, não com a cabeça.

Se o Joel precisava de mais uma partida para enxergar o óbvio, a teve nessa quinta-feira em Volta Redonda.

Mas um dia o “talismã” (apelido carinhoso mas depreciativo porque atribui à sorte o que deve ser creditado à competência) não vai funcionar como deveria.

E a culpa será dele, por entrar no meio do segundo tempo? Não, o culpado é o treinador.

Descomplica, Natalino! Deixa de ser turrão!

P.S: Se o Caio jogasse no atual Santos, recebendo bola de PHGanso, Neymar e Robinho, faria uns cinco gols por partida.

A ótima foto do Iluminado é do site oficial do Botafogo.

Botafogo 2 x 2 flamengo: Gosto de Vitória

O Botafogo teve sua melhor atuação em um clássico no ano, nesse domingo, no Engenhão. Mostrou mais padrão de jogo inclusive do que nas duas vitórias contra vasco e flamengo, respectivamente na final e semifinal da Taça Guanabara.

Ok, deixou a vitória escapar no último lance da partida e todo mundo ficou p** na hora. Mas acredito que seja mais importante ressaltar a evolução do time desde o último clássico, contra os grenás. Lembra que nós não jogamos nada ao longo dos 90 minutos e só não saímos com um saco de gols nas costas do intervalo por uma intervenção divina?

Pois é, esse foi o primeiro clássico depois daquela exibição desastrosa. E mostramos muito mais futebol.  Então, rapaziada, é gosto de vitória, não de derrota.

Nem precisaria ir tão longe  – o time demonstrou maior poder de fogo do que, inclusive, contra o modestíssimo Santa Cruz no meio da semana, em Recife. 

Meu amigos, prefiro encarar esse jogo como um primeiro sinal concreto que o Botafogo não ficará refém da ligação direta defesa-ataque e tomando pressão durante 90 minutos.

Porque, entre os 20 minutos do primeiro tempo e os 20 minutos da segunda etapa, nosso time jogou muita bola. Fez gol, mandou bola na trave, avançou pelas laterais, se movimentou com eficiência e deu poucos espaços a dois atacantes perigosíssimos (inclusive fora de campo, mas isso é problema deles). Como definiu muito bem o Rodrigo no Cantinho Botafoguense, “o Botafogo em momento algum se acovardou e voltou a jogar como time grande”. E só não sustentou o volume de jogo por conta das substituições. Os três que entraram – Edno, Eduardo e  Fábio Ferreira (especialmente os dois primeiros) – não estiveram no mesmo nível de empenho e sentido coletivo dos que estavam em campo anteriormente: Lucio Flavio, Fahel e Somália.

Sim, eu me penitencio publicamente aqui e digo que o Fahel tem jogado bem, com eficiência e simplicidade, na função de terceiro zagueiro. E que o Lucio Flavio teve sua melhor atuação em um clássico nesse ano, fundamental para o domínio (não absoluto) no meio graças à companhia de Sandro Silva e de Caio.

Quer dizer, então, que o Loco Abreu deve ir para o banco? Nem tanto. Se o uruguayo estivesse em campo, bem lembrou o Joel, não teríamos tomado o gol de empate no último minuto, pois a bola jamais passaria pelo nosso atacante. Então, o Loco é importante não só ofensiva como defensivamente.

Como o Joel resolverá essa equação? Não sei. Só sei que o Herrera é titular absoluto – fazia tempo que não tínhamos um atacante tão raçudo, tão dedicado ao time, tão interessado no jogo.

Mas que foi bom ver o Botafogo mais leve e, ao mesmo tempo, mais encorpado, foi.

A revelação foi o Somália na lateral, atuando com desenvoltura, sem sentir a responsabilidade da partida e cruzando uma bola para o Herrera que Alessandro e Jancarlos não acertaram em três meses de temporada.

  E a relativa decepção foi o Marcelo Cordeiro. Ele, que fora tão bem contra o mesmo flamengo, dessa vez teve atuação pra lá de discreta. Ouso dizer que, se o Cordeiro estivesse num bom dia, tínhamos liquidado a fatura em 3 x 1.

No mais, chover no molhado e dizer que o Jefferson fez outra partida monstruosa – e saindo muito bem em cruzamentos bem perigosos, daqueles que os goleiros costumam ratear, indecisos se vão na bola ou ficam embaixo do gol.

E tentar liquidar essa fatura do Estadual ainda na Taça Rio. Se o time continuar evoluindo, será menos difícil do que a gente imagina.

Foto: Site oficial do Botafogo

Botafogo 2 x 1 D.de Caxias: as jogadas do Caio, os pênaltis do Herrera… e a trivela do Fahel

Algumas anotações fragmentadas de um jogo que, para mim, foi visto de forma igualmente fragmentada – um pedacinho do primeiro tempo, um pedação do segundo tempo.

* Vamos combinar que o Caio não pode mais ficar no banco, certo? Praticamente todos os lances perigosos passaram pelos pés dele. Caio meteu bola na trave, conseguiu fazer dois lances que viraram pênalti e ainda fez mais um adversário ser expulso. Se vira, Joel!

* “Vai chegar o momento de o Caio ser titular absoluto. Estamos trabalhando a cabeça dele para isso.  Ele é um rapaz que tem vontade de aprender, a hora dele vai chegar. Nós estamos preparando uma estrela”, de Joel, sobre o atacante, em entrevista depois do jogo.

* Na mesma entrevista, Joel elogiou bastante a capacidade ofensiva do time, com criação de jogadas pelas laterais e pelo meio. O técnico não falou, mas o fato se deveu à incrível movimentação do Caio – daí as faltas violentas que ele vem sofrendo a cada partida.

* No replay do gol do adversário, dá para ver claramente que três jogadores alvinegros – Fahel, Fábio Ferreira e Guerreiro – vão em cima de um único jogador do Duque de Caxias, pulam ao mesmo tempo… e os três perdem o lance.  Incompetência tripla.

* Jancarlos, especialmente por dois lances bisonhos no segundo tempo, me fez sentir saudade do Alessandro – e eu achei que jamais escreveria as palavras “saudade” e “Alessandro” na mesma frase.

* Se o Fahel ganhasse por bola que cabeceia na trave, no fim do mês receberia salário maior que o Fred e Imperador juntos.

* Aliás, o Fahel meteu um passe de trivela em longa distância (uns 40 metros) para o Somália que os que não viram devem procurar no YouTube: ele JAMAIS acertará outro igual.

* “Não sei porque essa perseguição ao Lucio Flávio”, comentário do Raul Quadros, diante da reação dividida (vaias, aplausos) da torcida na hora que o capitão foi substituído para a entrada do Sandro Silva. Nós sabemos, Raul; nós sabemos.

* Loco Abreu chegou às 16h da Suíça e foi para o jogo. Entrou no lugar do Eduardo, que, dois anos depois, ainda não chegou da Bahia.

* Herrera, que me pareceu o nome do jogo depois do Caio, bateu três pênaltis – o terceiro, depois de perder a segunda cobrança. E o Lúcio Flávio, capitão do time, nem tchuns: só assistiu passivamente à demonstração de gana e de superação do argentino.

* Aliás, o LF não bate mais pênaltis nem faltas na entrada da área, agora por conta do Marcelo Cordeiro. Ok, ele melhorou um pouco, tem se esforçado. Mas na boa o que ainda faz o Lúcio Flávio em campo? Tá na hora de, depois do clássico, se classificar e testar o Edno na função de camisa 10. O Brasileirão vem aí…

* Bom perceber, pelos gritos e esporros (especialmente nos alas), que o Joel não ficou satisfeito com o rendimento do time.

* O goleiro do Duque de Caxias chama-se Getúlio Vargas. Isso é um time de futebol ou uma aula de história do Brasil?

Foto: Lancenet!

Americano 1 x 3 Botafogo: Iluminado pela Estrela

Caio contra o flamengo: um gol, nenhuma expulsão de adversário.

Caio contra o vasco: nenhum gol, duas expulsões de adversários.

Caio contra o Americano: dois gols, uma expulsão de adversário.

Tempo total de Caio em campo nos três jogos: menos de 90 minutos.

Tá bom ou vocês querem mais?

Tá bom demais da conta!

Como bem definiu o locutor João Guilherme, do Sportv, Caio é mais do que o talismã alvinegro: é o iluminado pela Estrela Solitária. O rapaz está numa fase que sai de baixo. Tem um aproveitamento impressionante.

Os dois gols desse sábado me lembraram o Túlio Maravilha dos bons tempos: oportunismo, frieza e eficiência na hora da conclusão. Detalhe: Caio tem 19 anos.

Louve-se também nos dois tentos os ótimos lançamentos do Herrera e do LF, que deixaram o atacante na cara do gol. E foi graças ao Caio que o Botafogo descomplicou uma partida mais difícil do que parecia – até porque o Americano teve duas bolas na trave, numa delas, após defesa sensacional do Renan,

Se o Caio brilhou de novo, eu confesso que não entendi ainda de onde vem tanto prestígio do Eduardo. O baiano faz um jogo à parte: não marca, não arma, não finaliza, não nada. E isso pela enésima vez consecutiva. A cada jogo, só aparece graças a uma jogada de habilidade, quase sempre potencialmente perigosa. Será que o Joel deixa ele em campo para as reclamações não ficarem apenas nas costas do Lucio Flávio?

No mais, a zaga tem se acertado – e o que rendeu mais no esquema de três zagueiros, vejam só, foi o Fahel. Eu não voltaria com o Antonio Carlos nesse momento. O Danny Morais, apesar de ter boas credenciais de quem o acompanhou no Inter, vai ter que ralar um bocado pra conseguir uma vaga entre os titulares.

E ficamos combinados que o Marcelo Cordeiro está liberado para atacar. E que o Jancarlos vai rapidinho roubar o lugar do Alessandro.

Com seriedade, um bom começo na Taça Rio.

Vale destacar também o empenho do Herrera e a participação precisa do Loco Abreu no primeiro gol alvinegro.

Nossas armas ofensivas, então, são as seguintes: o suor do argentino, a cabeça do uruguaio e os pés do brasileiro.

E eu não tinha nenhuma dúvida que o Caio saberia como liquidar o americano: afinal, ele morou nove anos nos Estados Unidos…

Foto: Site oficial do Botafogo

flamengo 1 x 2 Botafogo: Gana de ganhar!

(post com acréscimos)

Ganhar do favoritíssimo flamengo, de virada, com gol do Caio, nosso talismã, após um cruzamento do Alessandro.

Tem coisas que só acontecem ao Botafogo… que bom!

Essa camisa é Gloriosa. E foi ela que fez dessa quarta-feira de Cinzas uma noite inesquecível para nós, alvinegros.

Porque ficou muito clara a superioridade do adversário, ao menos territorial. No segundo tempo, então, o predomínio no meio-campo foi rubro-negro e a defesa alvinegra aliviava como podia – até  Lucio Flavio fez dois desarmes!

Mas aí a estrela do Joel brilhou ao colocar o Caio no jogo. E brilhou também porque os dois gols alvinegros nasceram de jogadas aéreas nitidamente treinadas à exaustão, para as quais foram fundamentais as participações do Loco Abreu e do Herrera, ganhando a segunda bola e oferecendo a chance de conclusão no terceiro toque.

Que beleza o Marcelo Cordeiro estufando as redes do Bruno, sem dó nem piedade! Aliás, o ala-que- não- marca-ninguém foi extremamente útil no ataque – e, com isso, foi um dos melhores em campo. Outros que foram muito bem: Jefferson (com defesas dificílimas, apesar de ter vacilado no posicionamento no gol do urubu), Welington (que entrou no lugar do faltoso Fahel), Abreu, Herrera e, claro, Caio. 

Mas todo o time jogou com raça. Gana de ganhar. Nesse sentido, pareceu o time de 1989, limitado tecnicamente mas igualmente cheio de brio, sem se intimidar com o favoritismo do adversário. E isso foi o mais importante, destacado inclusive pelo Joel na entrevista após o jogo, quando ele ressaltou a importância da vitória para o torcedor alvinegro.

Parabéns, Joel, que valorizou a história botafoguense desde o primeiro dia de trabalho em General Severiano.

Parabéns a todos os jogadores por, enfim, nos dar uma grande alegria.

Parabéns até para o LF e Alessandro, que iniciaram as jogadas dos dois gols.

E parabéns a nós, torcedores alvinegros, que merecíamos – mais do que ninguém! –  tirar esse nó da garganta.

Ah, o Império do Amor está liberado para assistir ao desfile das campeãs no sábado – não haverá necessidade de concentração para a decisão de domingo.

Aliás, o Vagner Love é um folião incansável: sambou domingo, segunda e, pra completar, sambou bonito na quarta-feira de cinzas…