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Botafogo 3 x 1 Vasco: Instante Mágico

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Poderia falar aqui da monstruosa atuação do Fellype Gabryell e do acerto do Oswaldo em escalá-lo no lugar do Renato.

Poderia falar aqui também da estrela do Loco Abreu. Cinco gols em dois jogos decisivos? Só para quem conhece, como poucos que passaram pelo Botafogo nos últimos 10 anos (só lembro do Dodô), o ofício de balançar as redes. E o fato que ele contribui na defesa ao afastar as bolas altas que vão no primeiro pau da área alvinegra também não pode ser desprezado. Sem contar o seu evidente poderio psicológico, que amedronta zagueiros como a dupla do Vasco desse domingo.

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Também poderia aproveitar o espaço para destacar o fôlego e o senso de batalha do Marcelo Mattos que, praticamente sozinho, destruiu quase todas as jogadas vascaínas que nasciam pelo meio. Sua melhor atuação em 2012, fácil, fácil.

Talvez eu pudesse também falar da efetividade do apoio do Marcio Azevedo, essencial no primeiro gol, apesar de suas crônicas dificuldades na marcação.

Quem sabe eu devesse aproveitar a vitoria para dizer que o esquema do Oswaldo, enfim, parece ter engrenado de vez. Velocidade, passes rápidos, troca de bola, envolvimento do adversário até o bote final. Sim, Oswaldo, é possível vencer jogando bem. Jogando muita bola. A torcida, quando isso acontece, agradece e retribui (sempre retribuirá), com muitos aplausos, jamais com vaias.

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Poderia, por fim, dizer que o Botafogo desmontou o Vasco de uma forma inapelável, incontestável, como vem fazendo nos jogos decisivos nos últimos anos contra o time cruz-maltino. Não se pode nem dizer que o adversário vendeu caro a derrota. O (bom) time do Cristóvão não jogou nada; simplesmente amarelou. Se eu fosse vascaíno, pensaria duas vezes antes de sair de casa para assistir a uma decisão contra o Glorioso. 

Mas isso, de uma forma ou de outra, vocês já viram, já leram, já comentaram, já festejaram. Me permitam, então, “esquecer” a análise geral da partida para destacar apenas um instante. Não durou mais de um segundo. Me refiro aquele momento em que o Maicosuel, de frente para o Fernando Prass, fingiu chutar e fez o goleiro desabar, facilitando a conclusão, fazendo o terceiro gol e garantindo a festa da primeira taça erguida pelo Botafogo em seu estádio.

Foi o instante em que o melhor do Maicosuel novamente esteve diante de nossos olhos: o jogador impetuoso, diferenciado, capaz de levantar a torcida com um drible e com um golaço. Como tinha sido, contra o mesmo Vasco, na semifinal da Taça Rio de 2009. Ali, naquele gol antológico, nasceu o Mago:

.http://www.youtube.com/watch?v=RrL9pqtXYwU

E quantas vezes a gente sonhou que aquela magia voltasse a nos encantar, enquanto ele esteve na Alemanha e depois que ele voltou? E quantas vezes nos decepcionamos? E quantas vezes ele mesmo se cobrou, ao não conseguir fazer jus ao status de ídolo alçado pela diretoria, para justificar o investimento?

Foram muitas, muitas vezes. Eu mesmo já tinha desistido dele, ao menos como o principal nome do time. E talvez tenha sido melhor assim: sem tanta pressão, Maicosuel voltou a jogar o fino da bola. E, ao menos num instante nessa decisão da Taça Rio, ele voltou a ser o Mago.

Que venham outros momentos gloriosos, surpreendentes, iluminados.

Enfim, que a magia de Maicosuel volte a nos encantar e nos emocionar.

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Essa é a magia da camisa 7 do Botafogo de Futebol e Regatas.

Estrela no peito, alegria no campo.

Eis a magia do futebol.

Fotos: Lancenet!

PS: O presidente do Botafogo não pode se aproveitar de conquistas para aparecer na mídia, levantando taça, antes dos jogadores. Esse é o papel do capitão do time. Bola fora, sr. Assumpção.

Botafogo 2 x 0 Duque de Caxias: Ímpeto de atacar

O Botafogo desperdiçou muitas chances nesse jogo de sábado contra o Duque de Caxias. Mas vamos enxergar o lado bom: voltou a criar muitas oportunidades. Aliás de há muito não exibia tanta movimentação, tanta agressividade – ainda que alguns, como Elkeson (sem confiança, mas autor da jogada do segundo gol), hesitem na hora de finalizar, tanto ímpeto de atacar, mesmo quando só faltavam alguns minutos para o apito final e o jogo estava definido.

Foi quase um jogo-treino, tamanha a fragilidade do adversário. Mas com coisas bem bacanas: como perceber que, aos poucos, Jobson vai recuperando a forma e o Elkeson vai voltando a ser um dos articuladores das jogadas ofensivas. Que Fellyype Gabbrryyell, o artilheiro das letras dobradas, tem vaga no time titular ou, no mínimo, será uma opção efetiva para o Brasileirão. E pouco além disso. Mas, nesse esvaziado estadual, foi o suficiente.

Algo a se preocupar, além do que já sabemos (M.Azevedo, Herrera)? Sim, acho que o Marcelo Mattos tem deixado muito a desejar, e precisa jogar muita bola para fazer um Brasileirão de alto nível.

No mais, muito mas muito bacana mesmo ver o sorriso do Jobson depois do gol. Que ele faça por merecer mais uma chance que a vida lhe deu.

 

Botafogo 3 x 1 vasco: Da euforia à eficiência

O Botafogo continua sem um meio-de-campo capaz de articular durante 90 minutos (Andrezinho foi a grande decepção do lado alvinegro no clássico), o lado esquerdo continua vulnerável (Marcio Azevedo, por que será, estava presente no lance da falta e do “pênalti” inventado pelo juiz), o lado direito continua improdutivo (cadê você, Lucas?).

Mas o Botafogo tem o melhor goleiro do Brasil (não é, Mano?), tem uma zaga entrosada (e, nesse domingo, os dois deram conta direitinho do recado) e, muuuuuuito de vez em quando, um jogador em noite iluminada.

Foi o que aconteceu nesse clássico com Fellyppe Gabbryell, o artilheiro das letras dobradas. Quem, no maior devaneio, imaginaria que essa aposta do Oswaldo faria três gols em um clássico? Pois é, ele fez. E mostrou, além de categoria para finalizar quando a bola surge na frente da trave, uma sorte incrível – o terceiro gol é prova disso, só empurrou para as redes depois que a pelota sobrou livre, dentro da pequena área.

O time melhorou tanto assim para ganhar, com folgas, de um adversário forte, ainda que desfalcado? Não, infelizmente não dá para acreditar. Pois vimos alguns dos mesmos erros de sempre – e, pior, constatamos que Jobson, A Grande Esperança de Março, está completamente fora de forma, tão cedo poderá ser titular.

  Mas, ao menos, assistimos ao Elkeson participando ativamente dos três gols, algumas demonstrações de empenho e assistimos também a mais uma soberba atuação de Jefferson – a malandragem, ao apontar para Juninho o canto em que ele deveria bater (e bateu), se mostrou eficiente. Não foi muito, mas foi o suficiente para nos fazeer vencer pela primeira vez um clássico no ano.

E que a euforia momentaneamente solitária se converta, nas próximas partidas e ao longo de toda a temporada, em eficiência de quem ganha porque merece. E porque fez, ao longos dos 90 minutos, por merecer.

Heleno de Freitas, tão citado nos últimos dias por seu botafoguismo presente no filme e homenageado com um belo bandeirão no Engenhão, merece.

Nós também.

Americano 2 x 4 Botafogo: Bola no chôn

Não assisti ao jogo dessa quinta-feira, só ouvi pedaços no rádio (sim o velho radinho foi acionado no segundo tempo, é ou não é um talismã?), e depois observei os melhores momentos. Vi também uma entrevista interessante do Herrera, em que ele, com seu portunhol característico, diz que tudo fica mais fácil quando o “Botafogo joga com a bola no chôn”.

As jogadas dos gols nasceram pelo “chôn”:  rapidez e intensa mobilidade, troca de passes curtos e muita movimentação. Graças ao Lucas, ao Renato, ao Herrera e até ao estreante Fellyyppe Gabbryyeell, o artilheiro das letras dobradas.

Mas por que esse tipo de jogada não nasce com mais frequência quando estão no campo Elkeson, Maicosuel e Loco? Será que a crônica falta de movimentação do uruguaio está prejudicando o time ou ainda há outros fatores a nos atravancar? Ou foi apenas coincidência?

Como não vi o jogo, não me atrevo a responder com propriedade. Mas só destacaria também o fato de o Botafogo ter tomado dois gols do Americano – mais do que o nosso time tomou da dupla fla-flu, o que obviamente é preocupante. E ainda a lastimável impressão, a julgar pelo que li no Twitter, que o Marcio Azevedo voltou a ser Marcio Azevedo.

Ah, e esse chororô supremo dos urubus por conta da arbitragem da quarta-feira, hein? Mais divertido do que isso, só o fato de eles terem perdido um jogo com o adversário improvisando um volante como zagueiro…