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Uma ajudinha ao Harry Potter

Por E.Sales

Uma breve análise tática sobre o atual momento do Botafogo.
O que era um diferencial no início do campeonato, jogar bem aberto com Herrera e Maicosuel se alternando e revezando com o Elkeson, tem se mostrado um erro e uma oportunidade para os adversários.
Ainda que concorde com a má fase técnica dos três (sendo que a de Herrera é um problema de nascença), deixar os dois (três quando revezando) de costas para o lateral adversário e espremidos pela linha lateral do campo, é facilitar a marcação dos homens que poderiam criar o ataque ou o contra-ataque. Pra piorar, estes forçam a entrada do Cortês e do Lucas em diagonal, já que ocupam o espaço de descida deles.
Esta tática deu certo enquanto era surpresa e se tornou facilmente previsível e marcável quando virou a única estrategia de ataque.
O Abreu fica só, enquato o Mago e o Casigol recebem a bola de costas para seu marcador e com pouco espaço para o drible. Sendo assim, não temos jogada de ataque. O meio não tem chegado com Elkeson ou Renato e M.Matos, e o time fica completamente sem opção. Não sei se vocês notaram nos últimos jogos a completa incapacidade de criação de jogadas alternativas a esta, já manjadíssima. Quando um dos dois “pontas” consegue o cruzamento, só encontra o Abreu já que o outro atacante está na outra ponta espérando a virada de jogo. Os laterais/alas estão atrás pois não conseguem ir à linha de fundo com o caminho congestionado pela tática errada de manter o espaço ocupado.
Este problema se resolveria se alternássemos a subida dos laterais bem abertos com os “pontas” correndo em diagonal ou esperando o cruzamento  dividindo a área com o Abreu.
A enfiada de bola aguda na vertical, que o Felipe (vasco) abusa de fazer, também é uma variante que deve ser usada para não ficarmos na mesmice.

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Taí a colaboração do E.Sales,  Mr. Potter. Anotou direitinho? Que tal colocá-la em prática já nessa quarta, diante do América-MG?

Botafogo 0 x 1 Figueirense: A culpa não é só dele

Sei que o Caio Junior está na mira de onze entre dez alvinegros, mas permitam-me navegar contra a corrente e afirmar que ele não é o único culpado pela derrota desse sábado. Uma noite em que todos estavam mal tecnicamente, a culpa não pode cair apenas nas costas do treinador, certo? Ele não tem culpa se Jefferson estava adiantado no gol dos catarinas, do Loco estar em péssima noite, de Elkeson ter transformado cobranças de falta em lances inofensivos, do Cortez não oferecer uma arrancada realmente produtiva, do Maicosuel correr muito e produzir quase nada… E qual a culpa do Harry Potter se o Lucas, que a gente tanto queria, também não produz mais nada relevante ofensivamente? Aí, meus caros, com um time em que seus principais jogadores passam por momentos ruins do ponto de vista técnico logo na reta final da competição, fica difícil querer título de campeonato.

E, pra quem defendeu ardorosamente a entrada do Herrera para dar mais poder de fogo ao ataque, uma constatação: o time do 2o tempo, com o argentino no ataque, foi muito menos ofensivo do que o da primeira etapa. E o Herrera NADA produziu de perigoso – pelo contrário, com três matadas erradas de bola, ainda armou contra-ataques para o adversário.

Caio Junior, digamos assim, mexeu certo, mas na hora errada, numa hora em que os nervos estão à flor da pele. E vai pagar o preço do desgaste por sua decisão – só que, insisto, ele não é o único culpado pela derrota.

Só gostaria de lembrar a todos que, contra o Cruzeiro, já não tínhamos jogado bem porque criamos pouquíssimas chances – e duas delas o Herrera desperdiçou, na cara do gol. Foi essa deficiência, que se arrasta pelo returno desde a queda de rendimento do Elkeson, o sumiço do Cortez e as oscilações do Maicosuel, que fez o Caio tentar uma mudança mais ousada, avançando o Renato. Não serei incoerente: gostei da escalação; na teoria, poderia ser um time mais agressivo, mesmo tendo apenas o Loco no ataque – porque a ideia era boa, fazer Maic e Elkeson se revezarem pelos flancos, tabelando com Renato, ocupando também o meio e servindo o uruguaio.

Mas os resultados concretos dessa opção, jamais saberemos completamente, por conta do gol tomado no início da partida, que mudou por inteiro as circunstâncias do jogo –  só vale lembrar que, na chance mais clara da 1a etapa, que o Loco desperdiçou duas vezes, era o Renato quem estava na área para fazer a assistência ao nosso centroavante.

Aí o Caio Jr. se intimidou com os gritos de “burro”, “vtnc”, etc e mandou o Herrera a campo. Depois do ímpeto inicial, o time perdeu a partida ao não produzir nada durante longos 30 minutos da segunda etapa – Elkeson cansou e a entrada de Everton até deu mais volume ao meio-campo, mas já era tarde demais para reverter o magro 1×0.

Agora, a briga é mesmo por uma vaga na Libertadores. E o Figueirense, junto com Inter e Flu, passa a ser uma das ameaças mais sérias ao nosso objetivo mais realista.

PS: Gostaria de ouvir argumentos contrários, que condenem veementemente o treinador pela mudança no jogo de hoje, mas que sejam em alto nível, como sempre são as conversas alvinegras aqui no blog.

PS II: Para aliviar a própria barra, Caio Júnior resolveu dar uma de analista do comportamento da torcida alvinegra na entrevista depois do jogo e lembrou a imensa pressão pela seca de títulos nacionais. Parte do que ele falou está certo, mas a hora de comentar o fato está completamente errada. Não cabe esse tipo de comentário por parte do treinador do Botafogo em nenhum momento – quanto mais na reta final da competição. Já escrevi isso aqui e repito: a capacidade tática do Caio Júnior é infinitamente superior à inteligência emocional do Caio Júnior.

Avaí 3 x 2 Botafogo: Dois jogos, zero ponto

Uma derrota porque a bola não quis entrar? Não é bem assim. Esse foi o retrato do 2o tempo. A derrota foi quase que sacramentada na primeira etapa – tomar dois gols em 5 minutos, ambos sem marcação, não é coisa pra time que deseja brigar por título, certo? E, na segunda etapa, perder dois gols quando o jogo estava empatado também foi decisivo para a derrota. Sem contar a expulsão do Lucas.

No mais, duas derrotas consecutivas na reta final são de desanimar até o mais otimista dos torcedores.

Vamos em frente.

PS: Renato, jogando como apoiador na 2a etapa, foi a única boa notícia da partida. Criou as jogadas de maior perigo e ainda fez um gol. Talvez esteja aí a chave para a recuperação nos próximos jogos.

PS II:  Todas as histórias de conquistas passam por jogadores que se destacam em  uma sequência específica de jogos ou que mantém a regularidade. A queda brutal do rendimento de Elkeson, sensação do 10 turno, vai no rumo contrário dessas duas possibilidades. Ainda mais quando não aparece um substituto à altura.

PS III: O gol que o Herrera perdeu na PEQUENA ÁREA no 10 tempo, depois de uma assistência precisa do Loco, esgotou minha última dose de paciência com a titularidade do argentino. Em lance idêntico, na segunda etapa, Renato guardou. Banco pra o argentino, já!

PS IV: Antonio Carlos reclama: “Não matamos o jogo”. Esquece que ele e o seu companheiro de zaga (que merece ser barrado e dar lugar ao Gustavo) foram diretamente responsáveis por isso – no terceiro gol, o AC, em vez de correr atrás do rebote, aparece com as mãos pregadas nos joelhos. Lamentável…

PS V: E a ida do Caio Junior ao “Bem Amigos”, onde foi coberto com elogios desmesurados e por isso atraiu os olhares invejosos daquela torcida e de outras menores, continua fazendo estragos consideráveis. Quem não acredita no poder da urucubaca deve rever direitinho o VT desse jogo Secadores 3 x 2 Botafogo.

PS VI: O maior adversário do Botafogo nas próximas partidas não é o Santa Fé, Cruzeiro, vasco ou Figueirense.  Nosso maior obstáculo é a instabilidade do Caio Júnior.

A dupla identidade de Caio Júnior

Temos um técnico que demonstrou serenidade e competência para armar um time de vocação ofensiva, com apoio constante dos alas e uma dupla de meias – Elkeson e Mago – instruída a atacar de forma aguda, explorando igualmente as faixas laterais do gramado. Essa, provavelmente, foi a maior contribuição do Caio Junior nessa temporada no comando alvinegro; saímos de um esquema acanhado, covarde, jogando exclusivamente no contra-ataque mesmo dentro de casa, para outro muito mais solto, com espaço para a criatividade sem perder a combatividade nem a solidez da defesa.

Mas temos também um técnico ainda imaturo, que se perde durante as partidas quando o seu esquema é “lido” e rechaçado pelo adversário e demonstra a sua instabilidade de forma até irritante no pós-jogos. Pior: um técnico que, pela inexperiência e pelo excesso de confiança, toma decisões absolutamente equivocadas – como se mostrou a “estratégia” de escalar reservas para a Sul-Americana e poupar os titulares: os dois times, o titular e o reserva, decepcionaram a torcida em menos de 4 dias.

Temos, então, esses dois técnicos em um só banco: e o nome dele é Caio Júnior.

Um treinador, por exemplo, ainda incapaz de reconhecer publicamente o seu erro – pelo contrário, tentou encontrar pontos positivos em dois jogos desastrosos nos quais, pelo que os adversários jogaram e pelo que o Botafogo NÃO jogou, os resultados deveriam ter sido bem mais vexatórios.

Pois bem: agora chegamos à encruzilhada que separa os técnicos-meninos dos técnicos-homens. Se Caio Junior conseguir que, mesmo com os desfalques, que sua equipe engate na reta final do campeonato uma sequência de vitórias consistentes dentro de casa, mais dois ou três resultados igualmente positivos fora do Engenhão, não tenho dúvida que estaremos na Libertadores.

(Não creio em título por conta da limitação do nosso elenco e por não ver um jogador em estado de graça, como o Conca fez pelo flu em 2010, capaz de carregar o time até o topo do campeonato)

E agora, qual vai ser a face do Caio Júnior que prevalecerá nos últimos e mais importantes jogos do campeonato?

Começaremos a conhecê-la nesse sábado, quando o matreiro Joel certamente vai mandar seus pupilos veteranos explorar a inexperiência do nosso ataque – Caio e Alex – e tentará provocar a irritação dos jogadores alvinegros e da torcida.

Por isso, esse jogo de sábado é tão importante: uma vitória em cima do Bahia, ainda mais depois do empate do São Paulo e d o mata-mata do Fla-Flu (alguém, talvez os dois, perderá pontos) , nos deixará bem posicionados na briga pela Libertadores.

E, como nosso treinador é inconstante, teremos que fazer a nossa parte. Por isso, um lembrete: o Joel está prontinho para aproveitar a crescente insatisfação da torcida. Cada vaia em um jogador alvinegro será intensamente desfrutada pelo Natalino. E despertará um sorriso debochado do Souza.

Botafogo 4 x 0 Ceará: Um instante de felicidade

Eu não vou falar que o Botafogo simplesmente triturou o Ceará no início do primeiro tempo e em todo o segundo tempo.

Isso todos viram.

Nem vou falar que Maicosuel voltou a jogar muita bola, que Elkeson é o único jogador do Brasileirão que consegue unir força e habilidade, que Herrera se superou ao fazer dois gols, que Renato é um gigante invisível e que Lucas, mais uma vez, teve ótima atuação, tornando o lado direito alvinegro uma fonte incessante de perigo.

Isso todos devem ter observado.

Também não vou comentar que o Loco Abreu definitivamente mudou sua forma de jogar e deixou de ficar preso à área, desnorteando os zagueiros adversários, e que com isso o ataque alvinegro se torna ainda mais imprevisível, pois sabe trocar passes até encontrar o momento exato do bote, resultado de um time muito bem treinado, que sabe o que fazer com a bola no pé e que, tão importante quanto, todos batalham incansavelmente para reavê-la.

Também está bem diante de nossos olhos.

Desnecessário dizer que o jogo não foi fácil pois o Ceará é um time mais arrumado que outros adversários que batemos no Engenhão, como o Galo, e que por isso conseguiu equilibrar as ações em parte do primeiro tempo. Mas que é exatamente nesse momento, de equilíbrio tático, que tem de prevalecer o brilho do craque para desmontar um esquema bem armado – caso da jogada do Elkeson, no primeiro gol, e da falta sofrida pelo Maicosuel, que gerou a expulsão do zagueiro do alvinegro cearense, na primeira etapa.

Todos também viram que Caio Junior foi iluminado nas substituições: surpreendeu ao promover a volta de Everton, que acertou dois cruzamentos nas cabeças de Herrera e Cidinho, e ainda fez o nosso garoto sorridente fazer o seu primeiro gol como profissional.

O que eu queria realmente dizer depois desse jogo é que há momentos muito especiais no futebol. São aqueles em que você é surpreendido por conseguir, mesmo que por alguns instantes, vislumbrar o motivo de tanta dedicação a um clube, de tantas noites em claro depois de derrotas sofridas, de tanta tensão antes de partidas, de tantas tentativas de não desanimar quando as coisas não vão bem, enfim, de tanta paixão irracional.

E, nessa quarta-feira, mais de 40 mil alvinegros (o Engenhão não está mais cabendo, acho que teremos que pegar também o Maracanã…) foram testemunhas privilegiadas pois assistiram um desses momentos.

Falo do terceiro gol do Botafogo. Enfiada de bola do Lucas, passe de calcanhar do Elkeson, arrancada do Maicosuel, passe redondinho para o Loco Abreu e uma conclusão de rara precisão. Cinco toques na bola antes de ela morrer nas redes. Nesses momentos, em que você vê o time construir, em alguns segundos, um lance que vai ficar pra sempre nas nossas lembranças, é que a gente tem certeza que vale a pena. Que a gente pode, de novo, cantar o “Ninguém cala” a plenos pulmões – e, claro, o Hino também.  Reparem que, na comemoração dessa obra-prima, todos enlouquecem de alegria: Elkeson, meninão desajeitado, dá dois saltos de rodopio antes de acompanhar Sir Michael Swell na peitada no autor do gol e este abre um imenso sorriso, à espera da chegada de todos os companheiros para vibrarem juntos. Cada um do seu jeito, todos unidos com um só objetivo: dar alegrias ao torcedor alvinegro. Não é pouco.

O Botafogo, nesse feriado, não ganhou apenas do Ceará. Fez mais do que isso: meteu uma goleada categórica nos fantasmas que assombram o nosso passado recente, de seguidos infortúnios diante da própria torcida. E ainda nos proporcionou um momento de pura felicidade, ao nos permitir uma tarde de alegria sem reticências, sem uma restrição realmente importante (o chilique do Márcio Azevedo não se encaixa nessa categoria), sem uma conjunção adversativa: “Ganhamos mas, porém, todavia, contudo…”. Dessa vez não teve ressalva.

Em 7 de setembro de 2011, o Botafogo nos fez imensamente feliz. Ponto final.

Ausência preocupante

Quer dizer então que ficaremos sem o Loco Abreu por, no mínimo, 10 dias. A contusão no joelho o deixará de fora de três jogos: contra o Inter e dois contra o Galo no Engenhão.

Alguns podem achar que o time vai se beneficiar – e o Alex terá uma chance de ouro de ser titular.

Pois eu me preocupo – e muito. O Loco, mesmo quando joga mal, é uma referência e obriga os zagueiros adversários a ficarem plantados na marcação, com medo de serem surpreendidos. Sem contar outras virtudes: liderança, visão de jogo, presença forte na bola aérea levantada pelo adversário. Não à-toa, técnicos como Felipão gostariam de tê-lo como o camisa 9 dos seus times.

Boa sorte, Alex. Boa sorte, Herrera.

E, Caio Júnior, pelamordeDeus: não me invente, de novo!, o tal do Alexandre Oliveira.

Cruzeiro 0 x 1 Botafogo: Ele voltou

Fim de jogo na Arena do Jacaré: Loco Abreu 1 x 0 Papai Joel.

O artilheiro voltou e deu dois chutes a gol, especialmente dedicados àqueles que acham que ele só é perigoso nas bolas altas, dentro da área: no primeiro chute, já no segundo tempo, fez um golaço. No segundo, quase faz um gol ainda mais bonito. Precisão e frieza na hora de concluir – era o que estava faltando. Mas o Loco fez um pouco mais do que isso: cortou uns cinco escanteios – foi o nosso terceiro zagueiro. E, claro, devolveu ao time a personalidade vencedora.

No primeiro tempo da partida, fizemos um jogo de razoável para bom. Com tranquilidade, fomos tomando conta do campo à medida que o tempo passava. Mas faltava, claro, mais agressividade na conclusão. Duas boas jogadas com a participação de Elkeson não foram suficientes para balançar as redes. Os melhores eram Marcelo Mattos e Cortez, e Jefferson fez uma grande defesa, providencial, na única bola realmente perigosa que o Montillo conseguiu criar.

No segundo tempo, fez-se a luz. A estrela do Loco brilhou e, após o gol, o time foi soberano até os 30min do segundo tempo. Caio Junior, porém, resolveu dar emoção à partida e nos deixar com 10 jogadores em campo: tirou Elkeson (uma partida apenas regular) entrou o Felipe Menezzzzes, sonolento e disperso, que, se tinha a missão de aumentar a posse de bola, falhou clamorosamente no seu objetivo.

Mas o Cruzeiro, nesse instante, foi vítima da fórmula do Joel: não sabia atacar de forma perigosa. E aí cresceu o futebol do Marcelo Mattos, Renato e Gustavo, responsáveis pelos desarmes mais importante. Até o Maicosuel ajudou a marcar e fazer passar o tempo (mas ainda ficou devendo do ponto de vista técnico).

Vitória importante para dar confiança ao time e à torcida. Mas, sem querer ser chato, vale lembrar que foi a vitória em cima de um time errático e desordenado, mal escalado e mal orientado. Bem, isso é problema dos Smurfs mineiros. Os azuizinhos ainda vão penar muito por conta da escolha do Papai Joel – e pensar que a torcida alvinegra foi bombardeada por boa parte dos comentaristas por ter exigido a saída do Santana… Francamente.

Caio Júnior, via Twitter, falou da vitória de um “novo Botafogo”. Nem tanto, professor, mas vai ficar mais fácil se o senhor parar de insistir com essas invenções de teor suspeito, como Alexandre O. e Felipe Z. Quanto ao time titular, acho que é esse mesmo – e tenho dúvidas se o Lucas vai render mais do que o Alessandro (que fez uma boa partida nesse sábado, não dá para deixar de registrar). Acho que vale inclusive deixar o Gustavo no lugar do Fábio Ferreira – mais preocupado com penteados esdrúxulos do que com o futebol, assim o antigo titular ganha mais tempo para ir ao salão.

PS: Um amigo alvinegro me ligou depois do jogo e falou que o lance do gol alvinegro lembrou o quarto gol do Brasil na Copa 1970 – passe de Pelé/chutaço do Capita; passe de Alessandro/chutaço do Abreu. E o pior é que eu entendi direitinho o que ele quis dizer. Isso é ser Botafogo: sempre nos extremos – da depressão e da euforia.

E deixo todos com um desejo de um ótimo domingo, ao som de uma música antiga, que diz mais ou menos assim no refrão: “Eu voltei/Agora pra ficar/Porque aqui é o meu lugar/Eu voltei/Pras coisas que eu deixei…”.

Bem-vindo de volta, Sebastian Abreu.

Semana decisiva

O ritmo das contratações a serem anunciadas após o fim dos Estaduais e o início do Brasileirão dirá muito sobre o que vamos almejar na competição.

Por ora, do que pude ver do amistoso contra o América-MG, o cenário continua sombrio. Mesmo treinando durante toda a semana, é evidente que o time padece de qualidade e de criatividade. Se está fazendo jogo duro contra um dos candidatos a rebaixamento (mesmo com 10 em campo devido à expulsão do Jefferson), é porque a situação não é animadora.

Do que vi, gostei do golaço e da desenvoltura do Thiago Galhardo, do destemor do Cidinho, da regularidade do Cortez, e de pouco mais – os três podem compor o elenco, mas não demonstraram ainda potencial pleno para serem titulares absolutos.

Pior: Caio, que vai virar titular nas primeiras rodadas por conta da ausência do Loco e do Herrera, simplesmente não consegue voltar ao rendimento do ano passado. E o Maicosuel, claro, está fora de ritmo de jogo.

Os próximos sete dias serão cruciais para traçar o nosso destino.

PS: A foto acima é de uma banca de revistas em Belo Horizonte – escudo alvinegro com cores invertidas eu nunca tinha visto e tive que registrar.

Do riso à vaia: Calaram o nosso amor

Peço um minuto de vocês para darem uma olhada no vídeo abaixo:

Lembram dele, né? Brasileirão 2007. Mesmo com a derrota para o São Paulo em pleno Maracanã, a torcida alvinegra cantou até o fim, apoiando o time até os últimos minutos, fato reconhecido na transmissão do Cleber Machado. Alguns jogos antes, eu lembro muito bem, a gente gritava “Não é mole, não, o Botafogo é melhor que a Seleção”.

E o resultado? Jogamos o mais belo futebol, fomos elogiados por 10 entre 10 comentaristas, resgatamos a mística da camisa alvinegra… e não ganhamos nada.

O Botafogo 2007 foi o Brasil 1982. Só que a nossa tragédia do Sarriá foi acontecer na Argentina, naquela vergonhosa derrota para o River Plate pela Sul-Americana. E, ao contrário dos canarinhos de 82, fomos nós que entregamos o resultado. Dali em diante foi quebrado o vínculo jogadores/torcida, que só tinha sido tão forte em 1995, quando da conquista do Brasileirão. Pior: sucessivos vexames, ou episódios que outros rotularam de vexames e nós tivemos que aceitar (sim, estou falando do “chororô” de 2008, uma demonstração de amor à camisa como raras vezes foi vista em um time de futebol profissional e que, pelo oportunismo do nosso maior adversário e pelos resultados subsequentes, acabou se voltando violentamente contra nós), não conseguiram restabelecer esse vínculo.

Até, claro, a conquista do Estadual do ano passado. Novamente faço a comparação com o Brasil: se o time de 2007 foi a Seleção de 1982, o Botafogo de 2010 foi o Brasil de 1994 – sem brilho, mas com muita raça, imensa vontade de ganhar. E deu certo: ao contrário do time envolvente do Cuca, tivemos o time eficiente do Joel. Fomos campeões e tiramos o nó da garganta. E foi de forma arrebatadora, de lavar a alma: fomos campeões ganhando de TODOS os rivais em jogos decisivos – semifinais e finais das duas taças, um feito raríssimo no campeonato carioca. Melhor ainda: fomos campeões humilhando (abrazo, Loco) o maior rival justo no que sempre foi o mais forte deles – a supremacia emocional na hora dos pênaltis. Melhor, impossível.

Sem ironias, sempre serei grato ao Joel por aquele título. Duvido que outro técnico, com tanto pouco tempo para trabalhar, tivesse conseguido a mesma façanha.

Mas, fome saciada, era preciso incrementar o cardápio para o Brasileirão. Foi quando percebemos que Joel não tinha a receita para nos agradar – pelo contrário, sua visão limitada foi minando de novo a nossa confiança. Ok, perdemos o Maicosuel e Jobson não voltou a ser o que tinha sido em 2009, quando ele e o Jefferson nos salvaram do rebaixamento, mas ficar jogando indefinidamente na retranca, à espera de uma bola salvadora, era muito pouco pra gente, logo a nossa torcida, que tinha visto o Botafogo dar um show de bola há 3 anos.

Então, aconteceu o pior: entramos numa rotina de aborrecimento e frustração. Assistir a um jogo do Botafogo deixou de ser um prazer.  Mesmo as vitórias, exceto duas ou três, não eram convincentes – ah, fomos o sexto lugar no Brasileirão… e daí? Quantas e quantas vezes nos irritamos ao entregar jogos em casa, nos últimos minutos, por um excessivo defensivismo?

Pior: nós, da torcida, nada podíamos fazer. Para a imprensa, Joel era genial; a diretoria pensava igualzinho, numa posição estranhamente subserviente. Nas coletivas, o  Natalino ficava tirando onda de “Rei do Rio”, como se fizesse um grande favor em treinar nosso time, especialmente depois que recusou a proposta dos urubus.

Só aí, depois de muuuuuuuuitas decepções, é que consolidamos a cultura da vaia. Era o último recurso disponível para chamar atenção e mostrar a nossa contrariedade.

As vaias foram decisivas para a saída do Joel, não tenho nenhuma dúvida.

Só que, nesse ano, virou o primeiro recurso.Estamos impacientes e, ouso dizer, neurastênicos. Dez minutos de jogo e João Filipe erra o passe? Vaia nele! Márcio Azevedo deixa o adversário escapar? Vaia nele! Ora, sejamos um pouco sensatos: com a contusão de Fábio Ferreira, há alguma opção melhor no banco do que o JFilipe? Será que queremos a volta do Marcio Rozario ao time titular? Era um jogo de oitavas da Copa do Brasil, o atalho para a Libertadores, contra um time da Série A, e bem treinado pelo Silas, não era contra Cabofriense ou River Plate de Sergipe. Era jogo para se apoiar do início ao fim – mas, não: o time arrancou empate e, mesmo assim, desceu vaiado para o vestiário no intervalo. Não seria mais eficiente apoiá-los ou mesmo ficar calado e, somente após a partida, detonar o grito “Queremos jogador”, esse sim um protesto certeiro porque é direcionado à diretoria?

Convenhamos que o nosso elenco não é nenhuma maravilha. Quase todas as apostas do “departamento de futebol” (como adora arrotar o presidente Assumpção, como se estivesse falando da gerência de recursos humanos de uma empresa multinacional) se mostraram frustrantes: Everton, JFilipe, Arevalo, Fabrício (ainda está no elenco?), … por enquanto, o único que parece com potencial de titular é o Lucas – mesmo assim, com deficiências na marcação.

Mas, se eles já são ruins, com os nervos destroçados pelas vaias ficarão ainda pior. E os adversários jogarão ainda mais à vontade, dentro da nossa casa.

Por isso, acho que cabe ao torcedor alvinegro, especialmente ao que pode ir ao Engenhão, uma reflexão nesse momento em que a vaga da Copa do Brasil praticamente foi para o brejo, idem o Carioca.

Estamos começando uma nova fase.

Temos um técnico novo, disposto a trabalhar  e colocar o time pra frente, como queríamos. Acho que ele merece uma trégua pra ter tranquilidade e tentar montar um time competitivo para o Brasileirão.

Vamos lembrar que, infelizmente, nossos cofres já devem estar vazios – não apareceu um grande patrocinador, como Neoquímica Genéricos, do ano passado.  Pior: na negociação com a Globo, o Botafogo ficou com menos dinheiro até do que o Fluminense. Foi tratado como time médio, não como time grande que é. E os patrocinadores devem querer impor o mesmo tratamento pra colocar seus nomes na camisa alvinegra. Pra piorar, o maior investimento dos últimos anos – a volta de Maicosuel – ficou no campo virtual e, por conta da contusão, o craque só é visto no site oficial do clube, visitando fábrica de Guaraviton, distribuindo brindes, etc.

O Botafogo passa por um momento muito delicado: uma profunda crise de confiança do time com a torcida, pelos motivos acima citados e que, como procurei mostrar, não se limitam às burradas do Joel (e foram muitas). E desconfio que a diretoria, tão preocupada com ações inexpressivas de marketing e projetos megalômanos, não tenha percebido o quão grave é essa crise.

A sucessão vertiginosa de frustrações causadas por fatores de origem tão diversa – beltramices, anapaulices, amarelice, cartolice, retranquice, alessandrice, joelsantanice, etc – nos últimos 3 anos teve um efeito devastador.

Calaram o nosso amor.

À diretoria, cabe perceber esse problema e combatê-lo não com bravatas nem ações marqueteiras: cabe ao sr.Maurício Assumpção descobrir formas de reforçar o time e oferecer condições plenas de trabalho ao Caio Júnior. Estou, nesse momento, pouco me lixando para o fato de estarmos na final da Copa Sub-15 de Futebol de Praia ou se o Pólo Aquático conquistou a Taça Coaracy Nunes no Cazaquistão. Quero todo o foco da diretoria no futebol profissional.

Mas também temos um papel a desempenhar nesse momento: cabe a nós, da torcida, fazer um esforço para recuperar ainda nas primeiras rodadas do Brasileirão o nosso amor, esse nosso amor que tanto nos inebria e nos faz abrir um sorriso ao ter a certeza que escolhemos o mais glorioso time do mundo, que somos guiados por uma estrela.

Pois tudo o que os adversários vão querer é jogar em campo neutro quando o Botafogo tiver o mando de campo – ou, pior, com a própria torcida alvinegra jogando contra os seus jogadores.

Temos que fazer isso pra que a gente não tenha que recuperar invocando Levir Culpi, Valdo, Túlio, Leandrão e outros heróis que nos tiraram da Série B.

A gente precisa voltar a ter orgulho de ver o Botafogo jogar.

A gente precisa voltar a sorrir.

Como a gente sorri ao ver um desconhecido usando uma camisa alvinegra na rua, ao ver um menino imitando o penteado do Loco Abreu, ao ver a modéstia do Jefferson ao receber a notícia que foi convocado para a Seleção Brasileira, ao ver um senhor de cabelos brancos contando lindas histórias de Nilton Santos e de Garrincha.

No Engenhão, a gente precisa voltar a gritar que a gente ama o Botafogo.

E mostrar que esse amor não é cego mas é incondicional, está muito acima de Alessandros, Joéis, João Filipes, Rozários ou Fahéis.

É amor à camisa, a mais bela camisa, a mais gloriosa camisa, a camisa do nosso time, dos nossos pais, dos nossos filhos, dos que por aqui já passaram e dos que ainda virão.

Esse amor ninguém pode calar.


Botafogo 2×2 Avaí: Muita calma nessa hora

A César o que é de César, a Caio o que é de Caio. Mas o que não pertence a ele não pode ficar na conta dele.

Entenderam ou foi tão confuso quanto o portunhol  (“rasga-cielo” seria arranha-céu?) do Loco na entrevista pós-jogo?

Vamos lá. Nem vou me ater a comentários específicos sobre o jogo – comentei os principais lances no Twitter (@fogoeterno), lá deixando a minha indignação e o meu desalento.

Mas, penso, há algo mais importante a refletir nesse momento. São duas notícias: uma boa, outra má.

Primeiro, a boa. Caio Júnior está fazendo o que queríamos e tentando armar um time ofensivo. Agora, a má: ele ainda não tem a menor ideia de como vai fazer isso – e se terá peças para fazê-lo.

A tentativa de jogar com três atacantes, com o Caio de ponta-de-lança, naufragou estrepitosamente. Tudo porque o time deixou espaços imensos, praticamente entregando o meio de campo para o Avaí, ainda mais por conta de um Marcelo Mattos sobrecarregado com mais uma fraca atuação do Arévalo Rios, e a insegurança das duas laterais.

Pronto: estava armado o cenário para o desastre. Sem contar que jogadores usualmente seguros, como Antonio Carlos, já não estão rendendo tanto devido à insegurança de seus companheiros. Aí, meus amigos, o Avaí fez 2×0 e só não fez mais porque Silas não quis se expor e preferiu administrar a enorme vantagem.

Pois o Botafogo só entrou em campo (eu anotei!) aos 38 min do primeiro tempo, depois que Márcio Azevedo já tinha sido sacado para a entrada do Cortês – mesmo estreante, mesmo irregular, já foi melhor do que o anterior. Aliás, a falha de marcação do Azevedo no segundo gol avaiano é um dos lances mais bisonhos desse ano. Aí começamos a ter algumas jogadas pelas laterais, mas quase todas desperdiçadas pela improdutividade do Herrera (eu sei, já falei isso antes) e pela inadequação do Caio.

Perceberam que ainda não mencionei um nome nesse post? Agora chegou a voz dele: Everton. Como bem lembrou o Rodrigo Federman, esse ex-rubro-negro é a maior decepção do ano até agora: pois dos outros (Azevedo, JFilipe, etc) não esperávamos muita coisa. Mas o Everton chegou com status de craque – e está longe, muito longe disso. Pior: ao contrário do Herrera, que ao menos não se omite, ele simplesmente some do jogo.

Aí, sem ninguém pra construir as jogadas, fica difícil para qualquer um: Caio Júnior, Guardiola, Alex Ferguson ou José Mourinho.

Ok, o Caio Júnior escalou mal ao insistir com o Alessandro. Mas, convenhamos, fora isso, o que mais ele poderia fazer? Realmente é produtivo vaiar os jogadores com 10 minutos de partida? Vocês acham que isso vai sensibilizar a diretoria a abrir cofres que já estão vazios por conta dos adiantamentos das cotas de tevê e da falta de um patrocinador forte?

Não, na minha opinião, não fará muita diferença. Assim como também não adianta o Caio Júnior perder a paciência (Já!) e dizer que os jogadores vão precisar de um psicólogo se continuarem sendo vaiados. Muito mais lúcido foi o Loco Abreu ao lembrar que foi iniciado um trabalho de reconstrução, e que esse trabalho não se constrói de uma noite para outra (bom, foi isso o que eu entendi naquela enrolada metáfora de construção de edifícios).

Então, meus caros alvinegros, muita calma nessa hora. Ainda vamos penar em alguns jogos (infelizmente, alguns decisivos) para tentar encontrar uma nova forma de jogar, que seja mais eficiente no ataque mas sem deixar o time tão desprotegido – talvez Bruno Tiago no lugar do Arévalo, e Caio e Herrera como pontas, abertos pelos flancos, não sei.

Agora que não me venha aproveitar esse momento de instabilidade para defender o trabalho do Joel. Não podemos NUNCA nos conformar com a mentalidade “Ruim com ele, pior sem ele”. O Botafogo PRECISA encontrar uma forma de jogar ofensivamente no Brasileirão, mesmo que isso nos custe a Copa do Brasil e o Carioca.

Ficar eternamente retrancado é indigno da tradição alvinegra.

PS: Quando vi que a transmissão do SporTV ficaria com Luiz Carlos Júnior e Paulo Cesar Vasconcellos, temi pelo pior. Jamais vi essa dupla narrar uma vitória alvinegra.

PS II: Não esqueçam de dar méritos também ao adversário. O time do Silas é muito bem organizado taticamente.

PS III: O segundo gol alvinegro não foi um gol, mas um touchdown do Loco Abreu.

PS III: Enquanto isso, o Cuca segue vencendo e se consolidando como o treinador do melhor time brasileiro na Libertadores. Que coisa…

Botafogo 0 x 2 Império do Mal: Um time em formação

Decepcionante a atuação do Botafogo no clássico.

Mas, infelizmente, bem representativa do atual elenco alvinegro. Não adianta um técnico tentar mudar um padrão de jogo se não há muitas peças com o mínimo de competência para efetuar essa alteração.

E, outras, que se acreditava possíveis de encabeçar essa mudança, se mostram indignos de serem titulares alvinegros – não é, Herrera?

O argentino, por sinal, continua em sua feroz e incansável briga com a bola. O máximo que conseguiu nesse domingo foi arrancar dois ou três escanteios – é muito pouco para um atacante titular, não?

Já a limitação de Bruno Tiago fica mais nítida quando ele entra com a função mais de apoiar do que de marcar, já que havia Arévalo e Marcelo Mattos com essa função. Acho que o Caio Júnior já percebeu que não vai dar certo tê-lo como titular – tanto que, devido ao fraquíssimo rendimento do BT na 1a etapa, colocou o Lucas em seu lugar, melhorando o time no início do segundo tempo, quando o Botafogo teve o seu melhor momento na partida. E o Everton, sozinho na função de criação, vai depender de lampejos ocasionais.

Com a má atuação de Bruno Tiago e a péssima de Herrera, Somália tentando se virar pra ficar como marcador e Alessandro em mais uma noite de Alessandro, o ataque alvinegro quase morreu de inanição.

Talvez essa tenha sido uma das partidas do ano em que o Botafogo teve menos chances de gol. E, depois que o adversário achou um gol numa mistura de sorte e de desatenção tríplice (Arevalo-Alessandro-Somália), ficou ainda mais difícil.

As substituições seguiram o que parecer ser o padrão do novo técnico:  Lucas no meio no lugar do BTiago, Guilherme no lugar de Somália (o garoto pouco aproveitou a chance), e, a mais questionável, Caio no lugar de Everton – quando, para mim, Herrera é que deveria ter saído (e já no intervalo).

Mas não renderam e, exceção de um chute perigoso de Marcelo Mattos, o Botafogo nada criou de relevante – Loco Abreu, isolado, nem como pivô se destacou. Foi um time aprisionado pela limitação técnica e, quase sempre, inofensivo. O segundo gol, num vacilo da dupla de zaga, só sacramentou um jogo que estava perdido.

Então, meus caros, Caio Júnior precisará de muitas peças para formar um time realmente competitivo para o Brasileirão. Fábio Ferreira e Maicosuel fazem muita falta – mas não podem carregar sozinhos a responsabilidade da mudança de comportamento do time na principal competição do ano. Ainda mais quando o alvinegro tem entrado com 10 jogadores em campo, pois Herrera está muito abaixo tecnicamente de seus companheiros.

Enfim, muito trabalho pela frente. E a necessidade de reforços qualificados com urgência.

Ah, e quanto a Ronaldinho Gaúcho, tratado de forma ridiculamente puxa-saquista pelo SporTV, está de parabéns pela atuação impecável… como piloto de bonde. Santa Teresa o espera – ou, quem sabe, o bondinho do Pão de Açúcar?

PS: A foto do post não foi escolhida por acaso. Em vez de sujar as nossas retinas com alguma imagem de urubu, resolvi homenagear o time de juniores do Botafogo, que ganhou do Imperiozinho do Mal por 1×0, com gol de pênalti no último minuto e faturou a Taça Guanabara em partida disputada em Caio Martins na tarde desse domingo. Reforçada por alguns jogadores que já estão entre os profissionais, como Cidinho e Lucas Zen, a equipe conseguiu uma vitória sensacional. Então, a boa notícia desse domingo é essa: temos um time vitorioso em formação. Parabéns a todos os envolvidos.

Botafogo 3 x 0 Paraná: Tá tudo assim tão diferente

A classificação para a segunda fase da Copa do Brasil foi conquistada nos pênaltis, diante do River Plate de Sergipe, após uma derrota e uma vitória com gol duvidoso.

A classificação para a terceira fase da Copa do Brasil foi conquistada com duas vitórias: uma por 2×1, outra por 3×0, com total tranquilidade.

Mudaram as cabeças no comando técnico, tudo mudou. E o Botafogo voltou a jogar como time grande que é, exercendo pressão o tempo inteiro, mesmo tendo o resultado a seu favor.

Uma ótima atuação em cima do Paraná, com destaque para a frieza do Loco Abreu, mais uma defesa antológica para Jefferson incluir em seu DVD (e quando o jogo ainda estava 1×0), o ciclotímico Herrera, Marcelo Mattos de volta à boa forma, e boas partidas de Márcio Azevedo, João Filipe e Ewerton (apesar do gol perdido, simplesmente inacreditável).

Caio Júnior começa a encontrar o seu time e já impõe uma nova maneira de jogar ao Botafogo. Bom sinal. Agora, vamos ao clássico.

E há quanto tempo a gente não avançava na Copa do Brasil sem ser na base do sufoco, da taquicardia, das unhas destruídas e coração na mão?

Boavista 0 x 0 Botafogo: Relevante, só a entrevista

Não pude ver o primeiro tempo da partida e, do que vi na segunda etapa, pouco a comentar.

Como se esperava, um time sem qualquer vestígio de entrosamento, padecendo dos dez desfalques, mas ao menos procurando atacar o adversário, mesmo com crônicas dificuldades. Sem deixar o Boavista gostar do jogo, fazendo o time pequeno jogar na tentativa do contra-ataque e não o contrário.

E, pela falta de entrosamento e pela ânsia de agradar ao novo treinador, cada um tentou resolver por conta própria, quando havia opções mais perigosas caso companheiros fossem acionados – Caio e Somália desperdiçaram lances perigosos dessa forma.

Então, na base do julgamento individual, o pouco que posso dizer é que o Fabrício teve atuação decepcionante, William um pouco menos. Caio, apesar de ter criado as poucas chances, ainda precisa ser um definidor como no ano passado – quando aproveitava todas as chances pra fazer gols no Estadual. Renan, com os reflexos em dia com duas grandes defesas, e Márcio Azevedo errando 9 entre 10 passes, mesmo sem nenhum marcador a menos de 10 metros.

Então, no ranking de laterais-esquerdos sofríveis dos últimos 3 anos, está assim:

Marcelo Cordeiro >>>> Márcio Azevedo>> Triguinho.  Mas, do jeito que está indo, o cabeludo pode ultrapassar o careca até o final do Carioca.

O destemor do Cidinho deu gosto de ver, bem como alguns lances isolados do Guilherme. Mas “os meninos de General” ainda precisam comer muito feijão preto com arroz branco para se firmarem no grupo alvinegro.

E, no fim, gostei mesmo foi da entrevista do Caio Júnior dando a importância devida ao jogo contra o Paraná, na próxima quarta, pela Copa do Brasil. Ele já entendeu que essa competição é que deve ser priorizada nesse momento – e começar nela sem Loco, Arevalo, Lucas e Bruno Tiago já será uma grande dificuldade.

E fiquei preocupado com alguns erros do Marcelo Mattos tanto de posicionamento quanto de passe. Ele, pelo visto, ainda está longe de recuperar a boa fase de 2010.

Ah, e o Fahel dando uma entrada criminosa e depois reclamando do cartão amarelo é uma cena que eu tinha certeza que não veria nunca mais no meu time. Mas, como jogador ruim nunca se machuca e uma hora entra, tive que aguentar calado mais uma vez esse crime contra a história alvinegra.

Foto: Lancenet!

A vida pregressa de Caio Júnior

Pedi a um amigo rubro-negro que acompanhou bem de perto as desventuras do Caio Júnior no fla e ele foi além. Traçou um panorama bem bacana da vida pregressa do novo técnico do Botafogo. Segue a análise, pra gente conhecer melhor quem está chegando em General Severiano:

Um misto de Harry Potter (pela semelhança física, não pelas mágicas) com Professor Pardal (simpático a uma invencionice), o Caio Júnior que chega ao Botafogo é uma incógnita para o torcedor alvinegro e para os adversários. Sua última imagem marcante no futebol brasileiro foi justamente no arquirrival flamengo, mas curiosamente ela não ficou fixada pelo último jogo e sim por um episódio antes do primeiro. Com o rubro-negro a 90 minutos de ser eliminado vexatoriamente da Libertadores 2008, Caio foi questionado se não era um risco assumir um time que vinha tão bem. Sua resposta: “Eu também corro o risco de ser campeão do mundo”. A frase é tola – até porque o flamengo caiu diante do América do México -, mas mostra uma faceta bem nítida do treinador: a tendência à megalomania.
Com a bola rolando, Caio tem altos e baixos. E isso não é força de expressão. Depois de amargar seis meses de ostracismo, encostado pelo Gama-DF, o treinador foi para o Paraná, onde conseguiu levar um time apenas mediano à Libertadores. No Palmeiras, porém, seu aproveitamento não passou dos 56%, e uma nova sequência de bons índices só seria alcançada novamente no Goiás, quando conquistou 65% dos pontos disputados. No Flamengo, os números também não deixam saudades: 55% de aproveitamento, a perda da vaga no torneio sul-americano nas últimas rodadas do Brasileiro e uma série de substituições e escalações de gosto bastante duvidoso.”

 

Ou seja: prós e contras que vamos conhecer melhor nos próximos meses. Preocupante mesmo só a última frase sobre as escalações e substituições duvidosas. Espero que a gente não tenha conhecimento dessa faceta do Caio Júnior.

PS: Curtiram a foto??????????????????

Caio Júnior: achismos e certezas

Acho Caio Júnior a mais sensata opção entre os treinadores disponíveis e que cabem no orçamento alvinegro.

Por conta dos tombos sucessivos no Santos e Corinthians, Adilson Batista não parece uma boa opção.

E o cenário também não está afeito a experiências como contratar um técnico de menor projeção – a gente tentou recentemente com Estevam Soares e quebrou a cara (inclusive este blogueiro, que tanto defendeu a contratação do Estevam).

Bom, tudo isso é o que eu acho. Agora tenho ao menos uma certeza: nesse momento, Caio Júnior vai trabalhar mais pelo Botafogo do que Joel Santana.

E será que o Loco Abreu gostou da contratação do Harry Potter?