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A dupla identidade de Caio Júnior

Temos um técnico que demonstrou serenidade e competência para armar um time de vocação ofensiva, com apoio constante dos alas e uma dupla de meias – Elkeson e Mago – instruída a atacar de forma aguda, explorando igualmente as faixas laterais do gramado. Essa, provavelmente, foi a maior contribuição do Caio Junior nessa temporada no comando alvinegro; saímos de um esquema acanhado, covarde, jogando exclusivamente no contra-ataque mesmo dentro de casa, para outro muito mais solto, com espaço para a criatividade sem perder a combatividade nem a solidez da defesa.

Mas temos também um técnico ainda imaturo, que se perde durante as partidas quando o seu esquema é “lido” e rechaçado pelo adversário e demonstra a sua instabilidade de forma até irritante no pós-jogos. Pior: um técnico que, pela inexperiência e pelo excesso de confiança, toma decisões absolutamente equivocadas – como se mostrou a “estratégia” de escalar reservas para a Sul-Americana e poupar os titulares: os dois times, o titular e o reserva, decepcionaram a torcida em menos de 4 dias.

Temos, então, esses dois técnicos em um só banco: e o nome dele é Caio Júnior.

Um treinador, por exemplo, ainda incapaz de reconhecer publicamente o seu erro – pelo contrário, tentou encontrar pontos positivos em dois jogos desastrosos nos quais, pelo que os adversários jogaram e pelo que o Botafogo NÃO jogou, os resultados deveriam ter sido bem mais vexatórios.

Pois bem: agora chegamos à encruzilhada que separa os técnicos-meninos dos técnicos-homens. Se Caio Junior conseguir que, mesmo com os desfalques, que sua equipe engate na reta final do campeonato uma sequência de vitórias consistentes dentro de casa, mais dois ou três resultados igualmente positivos fora do Engenhão, não tenho dúvida que estaremos na Libertadores.

(Não creio em título por conta da limitação do nosso elenco e por não ver um jogador em estado de graça, como o Conca fez pelo flu em 2010, capaz de carregar o time até o topo do campeonato)

E agora, qual vai ser a face do Caio Júnior que prevalecerá nos últimos e mais importantes jogos do campeonato?

Começaremos a conhecê-la nesse sábado, quando o matreiro Joel certamente vai mandar seus pupilos veteranos explorar a inexperiência do nosso ataque – Caio e Alex – e tentará provocar a irritação dos jogadores alvinegros e da torcida.

Por isso, esse jogo de sábado é tão importante: uma vitória em cima do Bahia, ainda mais depois do empate do São Paulo e d o mata-mata do Fla-Flu (alguém, talvez os dois, perderá pontos) , nos deixará bem posicionados na briga pela Libertadores.

E, como nosso treinador é inconstante, teremos que fazer a nossa parte. Por isso, um lembrete: o Joel está prontinho para aproveitar a crescente insatisfação da torcida. Cada vaia em um jogador alvinegro será intensamente desfrutada pelo Natalino. E despertará um sorriso debochado do Souza.

Números, números, números

O Botafogo é o segundo time com maior número de finalizações da Série A do Brasileirão. Só perde para o Avaí, informou a Rede Globo na noite dessa quarta-feira.

E o que isso quer dizer?

Ora, o óbvio – que os finalizadores dos dois times são ruins pra dedéu, pois ambos estão na zona de rebaixamento.

Só de finalizações erradas do Alessandro, nos últimos três jogos, eu lembro de umas 324 – ele certamente foi um dos responsáveis pela nossa vice-liderança no ranking.

Já o time que comete o maior número de faltas é também um dos líderes do campeonato – o palmeiras.

E o que isso quer dizer?

Que os caras vendem caro uma derrota e fazem o máximo para impedir o gol adversário. Inclusive faltas – muitas faltas.

Ah, sabe quem lidera a estatística de roubada de bola? Sim, eles mesmos, nossos rivais do domingo.

Mas essa informação era completamente previsível: nessa categoria, roubada, o flamengo sempre vai liderar.

PS: Tem nova enquete aí do lado – quem deve ser o titular do gol alvinegro? Renan ou Castillo? Participem!

Botafogo 2009: De volta para o futuro

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A segunda-feira será mais longa do que outras, mas ela acabará.

E, ao fim da ressaca, chegará a hora de voltar a se concentrar no que realmente importa: o futuro do Botafogo.

Talvez, nesse sentido, a prematura desclassificação da Copa do Brasil tenha um lado positivo – sim, porque seria natural que, mais uma vez, nós atrelássemos as duas competições do primeiro semestre. “Perdemos o Estadual, mas vamos ganhar uma vaga na Libertadores ao sermos campeões na Copa do Brasil!” seria o pensamento da consolação momentânea e, posteriormente, novamente tingido de tragédia.

Não é hora para isso.

Até porque, reconheçamos de uma vez por todas, não temos no momento um time preparado para disputar um mata-mata, ainda mais com cobrança de pênaltis…

É hora de se cuidar e de refletir sobre o que temos e o que realmente queremos.

Vamos nos deslumbrar com eventuais conquistas de campeonatos estaduais e nos abater diante de derrotas, algumas delas só explicáveis por conta de fatores extra-campo?

É muito pouco, não?

Não acho esse o movimento mais correto.

Depois de um início de década terrível, quando o Botafogo caiu para a segundona e chegou perto de fechar as portas diante de tantas dívidas, entramos numa fase de crescimento sustentável – de torcida, de repercussão, de disputa de títulos.

Mas é preciso ir além disso e voltar a se preocupar não com a hegemonia de rivais no território carioca, mas com algo bem mais importante: o futuro do Botafogo.

Tá, mas o que nós torcedores podemos fazer?

Exigir que a diretoria acione o badalado fundo de investimentos para que a prioridade zero seja a manutenção de Maicosuel ao menos até o fim da temporada, se vocês querem um exemplo. E, obviamente, contratem reforços capazes de nos fazerem brigar por uma vaga na Libertadores ao longo do Brasileirão.

E, já que o presidente e o resto da diretoria gostam tanto do trabalho de Ney Franco, exigir ao menos a mudança da mentalidade da nossa comissão técnica – o Botafogo não é time retranqueiro, e cada vez mais acho que perdemos a final do Estadual na decisão da Taça Rio por essa postura defensiva e tacanha, incompatível com a grandeza do nosso time.

Mas essas são ações de curto prazo.

É preciso mais do que isso. Pensar grande, pensar para frente.

Exigir da diretoria ações efetivas para integrar o Engenhão definitivamente ao cotidiano da torcida alvinegra que mora no Rio.

Promover mudanças no plano-torcedor para que botafoguenses de todo o Brasil possam contribuir e possam se beneficiar concretamente de sua contribuição, para citar outro exemplo.

Cobrar e torcer, torcer e cobrar. Esse é o nosso papel.

À diretoria recém-chegada, lembrá-la do tamanho de sua responsabilidade.

Chegou a hora de enterrar 2007, o ano que insiste em não acabar. Dar um tempo no sentimento de injustiçados e, do Estadual de 2009, guardar apenas os inesperados (lembrem-se do início de janeiro…) momentos gloriosos (a conquista da Taça Guanabara, 4×0 no vasco, a reação contra os urubus no segundo jogo da decisão) como exemplos de superação.

É preciso pensar grande e, como bem lembra o Vieira, insistir no fortalecimento da nacionalização da marca Botafogo.

Somos um time brasileiro, não um time carioca.

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Temos estádio, temos torcida e temos história.

Por esses três fatores, temos agora é que olhar para frente.

Apostar no futuro do Botafogo.

O nosso futuro.