Botafogo 4 x 1 Madureira: Ainda intranquilo

Passava dos 30 minutos do primeiro tempo, Botafogo já ganhava de 1 x 0 e… começou a recuar e ceder campo para o adversário.

O Madureira passou a mandar no jogo, encurralando o alvinegro. Como já fizera o Duque de Caxias, na nossa estreia. E aí vem a preocupação – quando atacado por um time fraquíssimo, o trio da zaga botafoguense bateu cabeça. Assim, duas bolas explodiram na trave e outra o Jefferson teve que fazer milagre para tirar num chute à queima-roupa do Magrão.

Aí, na minha opinião, está a maior lição desse jogo, que praticamente virou um coletivo depois do pênalti convertido pelo Loco Abreu ainda no primeiro tempo: a defesa alvinegra, mesmo com 3 zagueiros, está muito longe da solidez do ano passado. João Felipe, inseguro e Marcio Rozario, limitado e ruim de antecipação, fazem Antonio Carlos ficar perdido no posicionamento. E, por isso, Fábio Ferreira fará muita falta nesse Estadual. Talvez, dependendo de como irá o Everton, até mais do que o Maicosuel que, ao contrário do Ferreira, ainda não tinha encontrado seu lugar ideal no time.

Porque está claro que o Lucas, bom jogador do ponto de vista ofensivo (com mais bola do que o Alessandro), vai deixar avenidas lá atrás na hora de apoiar e nem os volantes nem os zagueiros parecem entrosados a ponto de tapar esse buraco.

(Ainda não dá pra saber como ficará o lado esquerdo, porque o Somália improvisado não rende muita coisa e teremos que esperar o Márcio Azevedo pra ver qual é a dele)

E a zaga, meus caros, não tem reforços esperando para serem regularizados. Para o Estadual, esse é o melhor que teremos a oferecer. E também para as fases iniciais da Copa do Brasil, naqueles joguinhos perigosos contra quem não tem nada a perder… Medo, muito medo.

Fora isso, os mesmos problemas de sempre: Cajá desperdiçando chances de se firmar como opção, Bruno Tiago arriscando alguns bons lances individuais mas com posicionamento incerto, Herrera e Loco muito apagados, bem abaixo do que podem render.

No segundo tempo, com o adversário com um a menos, e a entrada do Caio, enfim tivemos três atacantes como queremos. Mas as circunstâncias do jogo já eram amplamente favoráveis, não de igualdade. Dominamos a partida, mas faltou maior entrosamento no ataque e mais produtividade pelo meio.

Então, vencemos bem, com folga no placar, mas continuo intranquilo com o posicionamento do sistema defensivo, a meu ver muito vulnerável e sem condições de enfrentar um adversário com maior poder de fogo.

Melhores em campo: Jefferson (1o tempo) e Caio (2o tempo).

Ah, quanto aos aplausos para o Alessandro, só consigo entendê-los se houver ali dentro uma boa dose de ironia.

Foto: Lancenet!